sábado, 18 de setembro de 2010

Semblante.

Olhei para o céu. Uma típica noite de verão caia sobre aquela cidade que eu nunca chamaria de ‘’ meu lar ‘’. Uma única noite e tudo estaria acabado. Estava ali, uma garota, adolescente assim dizendo. O semblante banhado de lágrimas pedia socorro, mas suas atitudes demonstravam desespero. Alguém se aproximou, eu podia ouvir seu coração acelerado daqui. Estenderam-lhe a mão... Ela negou. Foi então, que ela lembrou-se de uma noite como aquela, há algum tempo atrás.
Ela gritou... Suas palavras agora clamavam por piedade... Sim minha querida, todos que estavam na platéia choravam, deixavam a expor algumas lágrimas e sua atenção.
-- Ó, será que você me ouvira de onde estas ?
Uma senhora já de idade ajoelhou-se no chão, as palavras da tal garota ecoavam sobre o local e refletiam nas luzes dos postes que tentavam iluminar a escuridão de um precipício logo à frente.
-- Não me deixe...
Foram às últimas palavras pronunciadas... As minhas ultimas palavras para minha filha... Meus joelhos roçaram o chão violentamente com o intuito de agarrá-la, eu daria tudo para salvar a única coisa que me restara naquele mundo. ‘’ Não me deixe... ’’ e ela pulou de uma altura inestimável...
Toda noite imagino uma garota, adolescente assim dizendo, sonho com seu semblante e ao amanhecer pergunto-me porque não salvei aquela menininha que tirara sua própria vida em meu sonho...
(N.D)(16:13)

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