sábado, 19 de fevereiro de 2011

Devaneio.


Meus olhos vidrados a fitavam inconscientes por entre a janela, enquanto pelas laterais, enxergava apenas vislumbres do que acontecia ao meu redor. As palavras que encontravam o centro da minha mente eram apenas restos de frases, e não faziam sentido algum. Começavam e me irritar todas aquelas lágrimas que forçavam saída por meus olhos, deixando minha visão fora de foco. Minha boca se movimentava constantemente, mas eu continuava mudo, procurando por todas as coisas que estavam presas dentro de mim, tudo que queria, mas não devia falar. Então ouvi um barulho agudo, que aos poucos me fez voltar a mim, tirando-me daquele devaneio.

(18/02/11) 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mudar.



E quando todas as coisas mudam, viram de cabeça para baixo, jogando na sua cara que você precisa deixar o ''velho'', e que tudo muda, você desejando ou não. E quando todas as coisas mudam, nem sempre para a melhor, pelo menos não à primeira vista. O desespero invade a mente e se espalha pelo corpo, logo depois vem a anestesia do comodismo, o de não aceitar a realidade e permanecer na imersia. O ser humano encontra mecanismos para se defender do novo, da mudança. Por que o lado pessimista se sobresai? E se a transformação fizer você mais feliz? Por que pensamos que nada pode estar melhor do que está? Aceitar o novo, é o poder que você tem, em suas mãos, para se adaptar e trazer mais felicidade para sua vida. Mostra também que, se há necessidade para tal mudança, talvez não estava mais tão bom quanto antes. Então, vivemos constantemente para nos fazer feliz, afinal estaremos eternamente conosco. O comodismo cega, não mostrando, a longo prazo, os beneficios da mudança. É preciso aceitar, aceitar que tudo acontece para você ser cada vez melhor. Mudar é caminhar com sua alma e que o objetivo da vida é a felicidade. Escolher o melhor caminho é a escolha.
(N.D) (15/06/2010

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Pedido de Liberdade.


Não da pra falar, tenho que ficar calado. Meus sentimentos tenho que calar no silêncio, ninguém liga para o que sinto, penso ou digo.
O que importa é o que eles acham certo, e não o que quero,me prendem em algêmas,
pois não querem me soltar,acham que meus sentimentos são passageiros,ou simplismente acham que não cresci.
Se eu me expressar,me agrediram com suas palavras duras e tristes,o que sinto para eles é Nada.Queria fugir,mas não posso...
Sou como um passáro preso numa gaiola, ou como um prisioneiro na prisão que foi preso sem culpa Queria sair, poder ter liberdade,poder ter minhas decisões, mas não permitem.
Como querem que eu seja feliz, ou cresça assim ? Se eles me prendem e não me deixam livre ? Como ? Porque ? Só por que sofreram, não quer dizer que preciso
ter uma vida como tiveram !
Por favor me soltem...Deixem-me ser como um passáro livre, preciso ser feliz,não me deixem preso, preciso voar,preciso me libertar,preciso crescer.

(23:00) (03/08/10) (N.D)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Escuridão.


As noites mais escuras
Por tanto tempo eu tenho me sentido sozinho
disposto a viver com inquietação...
Desejo desvanescido dentro de incontáveis noites
Que enterrou meu coração deprimido..
Mas você trouxe um fim
Para esta hora morta..
E o sentido para uma vida insensível
Segura em seus braços
Mas muito longe do meu coração...
Esses pensamentos me carregarão através
De noites escuras.
Enquanto seus olhos descansaram em mim
Eu lembro o jeito que você me olhou
e me puxou para perto...
Com um profundo suspiro
Espalhando peças de minha mente impaciente...
Esquecendo tudo que nós temos deixado para trás
(N.D)(28/11/10)(14:29)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um pouco de tudo.


Se eu disse que estou bem, é porque eu estou bem, mesmo que seja mentira, se eu disse que estou bem, é para não encher o saco de ninguém com meus problemas, eu sou assim, guardo minhas dores somente pra mim.
Um pouco de mim ainda está com saudades do seu abraço, dos seus beijos, do seu olhar, mas a outra parte de mim te quer bem longe, você me fez chorar, lágrimas que jamais cairam de novo, você me fez sangrar, você cuspiu todo o amor que lhe dei, e agora vem pedindo pra voltar, pedindo uma outra chance. Quando se ama, não machuca, e se machucou com certeza não era amo, e essa é a verdade, apenas essa é a verdade, e mesmo que eu sofra longe de você, eu vou superar, tudo eu sempre supero, mesmo que esse tudo seja você.
Um pouco de tudo ainda me falta, um de amor, um pouco de alegria, um pouco de sinceridade, um pouco de amizade, mas o pouco que falta em mim, é bem maior que qualquer coisa que eu diga, que eu ganhe, esse pouco que falta em mim, vem de você, minha dor, você é a unica dor que eu ainda guardo dentro de mim.
Infelizmente sinta-se amado.
(N.D) (15/05/10)

O Último Sorriso


Ela sorriu, no mesmo instante em que pude ver a vida desaparecer do seu olhar. Fora seu último suspiro, o último abraço, o último dia sem saber que a morte a esperava. E eu? Meus olhos não viam nada, eu estava cego; o meu coração parecia não palpitar, mas eu continuava vivo segurando em minhas mãos a mulher que eu amava. A boca que uma vez me beijara estava coberta de sangue, repleta de morte, dor e solidão. Eu estava só, tanto tempo esperando e ela estava caída em meus braços como uma rosa caída em seu jardim; sem o brilho que sempre a cercara.
Em seu corpo o sangue ainda parecia vivo e minhas mãos ensanguentadas tentavam limpar do meu corpo tudo o que acontecera. Mas foram elas que causaram tudo aquilo, não fora eu. Eu não mataria a mulher que era a minha vida. Mataria? Não. Não havia um por que pra tudo aquilo. Eu só queria senti-la novamente ao meu lado, mas eu retirei dela o pouco de vida que ainda restava.
Sim, eu matei a mulher que era a razão para que eu continuasse vivo. Agora, já não sou necessário por aqui. Devo encontrá-la e pedir desculpas pela faca que atravessei em seu corpo. Foi um acidente, um mero acidente; eu não faria mal a ela. Eu fiz. Ela havia jurado que não me deixaria! Aquela mulher iria me deixar, eu tive que fazer isto, ou encontraria nos braços de outro tudo o que eu tinha pra oferecer.
Mas no momento em que eu a abraçara e com a faca a ferira, ela disse que me amava. Era tarde demais, o sangue já estava correndo seu corpo afora e em seus lábios o sangue ainda estava escorrendo. Atrevi-me a tocá-la com meus lábios, o gosto de sangue permaneceu em minha boca por um certo tempo, mas aquele havia sido o beijo que eu esperara pelos 17 anos de minha vida. O tempo parou. Pude perceber que apenas eu estava respirando. Silêncio... Sem gritos, sem choros, sem nada; à não ser o seu sorriso. Sua alma havia partido e a minha partiu com ela.

Direi adeus nesse momento, estou indo encontrá-la. Em minhas mãos seguro a faca maldita e no coração um vestígio de esperança.


(N.D) (16/06/10)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Relato de um perdedor.

Eu vou fugir desse lugar. Vou sumir desse espaço aonde ninguém me entende, aonde ninguém se importa com a minha real situação. Eu estou cansado de apanhar, de levar punhaladas nas costas, de quem eu mais confiava. Eu me cansei de declamar versos pra quem não se lembra de mim, eu não aguento mais gritar em um lugar habitado por surdos. Não dá mais pra escrever todos os meus versos em um caderno que ninguém quer ler. Não dá mais pra escrever uma história que não tem fim, que não tem enredo. Eu sou uma história que não teve início e nada de atrativo. Sou um livro abandonado no fundo do baú, ao qual nem as traças se interessam.
Eu me cansei de todos julgarem meus pensamentos, meus ideais, meus sonhos... Alguma vez disseram a todos eles que vale à pena menosprezar o sonho de alguém? Eu me sinto pequenino mesmo quando meus dedos podem tocar as nuvens.
Já levei tanta surra da vida que eu não consigo mais viver os momentos alegres com tranquilidade. Vivo repleto de angústia. Uma coisa amarga que insiste em atormentar meus sonhos todas as noites. E eu vejo todas as minhas coisas sendo levadas de mim tão rapidamente que eu não sei mais como me defender. Prédios que eu gastei anos construindo demolem na minha frente e eu sequer posso fazer algo que evite isso. A poeira é absurda, eu me sinto no meio de uma tempestade de areia. Meus pulmões precisam de ar, eu não aguento mais mudar de lugar à procura de oxigênio.
A televisão insiste em mostrar coisas que eu não conheço nem quero conhecer. Todas as músicas, fotos, textos e qualquer outra coisa, insistem em me mostrar que eu não sou capaz. Que não há força em mim que faça essa tempestade parar de cair sobre a minha cabeça. Eu não consigo resolver meus próprios problemas. A frustração me tornou uma pessoa amarga e eu me pergunto aonde foi parar o eu de antes. Não posso exigir que alguém me acompanhe nessa estrada repleta de perigos. Nem eu me conheço mais. 
(14/08/10) (23:17) (N.D)